Conviver com coceira intensa e vergões que surgem e somem sozinhos pode parecer algo passageiro, mas, quando esses sintomas persistem por mais de seis semanas e não têm uma causa definida, assim pode se tratar de uma condição chamada urticária crônica espontânea (UCE).
Dessa forma, estima-se que milhões de pessoas em todo o mundo convivam com essa condição de pele, que vai muito além da aparência. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o impacto da doença pode se estender ao sono, ao bem-estar emocional e à qualidade de vida como um todo, interferindo em atividades simples do dia a dia.
O que é urticária crônica espontânea?
A urticária crônica espontânea é uma condição inflamatória da pele em que o corpo libera substâncias como histamina, sem um gatilho aparente, portanto, provocando:
- Vergões vermelhos ou rosados (também chamados de habões)
- Coceira intensa
- Inchaço em determinadas regiões do corpo (angioedema)
O termo “crônica” significa que os sintomas duram mais de seis semanas, e “espontânea” indica que não há uma causa alérgica ou externa conhecida, por exemplo, como alimentos, medicamentos ou contato com substâncias.
Principais sintomas da UCE
- Vergões avermelhados e elevados que surgem e desaparecem em menos de 24 horas
- Coceira intensa e incômoda
- Inchaço nos lábios, pálpebras, mãos ou pés
- Crises que aparecem sem motivo aparente
- Dificuldade para dormir ou se concentrar devido ao desconforto
- Sintomas que voltam com frequência, mesmo com uso de antialérgicos comuns
O que causa a urticária crônica espontânea?
Apesar de parecer uma alergia, a UCE não está relacionada diretamente a alimentos, cosméticos ou medicamentos. Na maioria dos casos, ela tem origem autoimune, por exemplo: o sistema imunológico ataca equivocadamente as células da pele, liberando histamina.
Estresse, infecções virais recentes ou doenças autoimunes podem estar associados ao surgimento da condição mas na maior parte dos casos, a causa permanece desconhecida.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito com base na história clínica e no exame físico. Portanto, o médico dermatologista ou alergista avaliará os sintomas e, se necessário, pode solicitar exames para descartar outras causas, como:
- Alergias
- Doenças da tireoide
- Infecções ocultas
- Problemas autoimunes
Como os exames nem sempre identificam a causa, o diagnóstico costuma ser exclusão, ou seja, feito quando outras possibilidades são descartadas.
Qual é o tratamento da urticária crônica espontânea?
O tratamento visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. As principais opções incluem:
- Antihistamínicos não sedativos, de segunda geração, em dose contínua
- Aumento da dose, em casos que não respondem ao tratamento inicial
- Imunobiológicos (como o omalizumabe), indicados quando os sintomas persistem
- Em alguns casos, o médico pode indicar corticoides de curta duração, com cautela
Além dos medicamentos, é importante evitar fatores que agravam a urticária, como calor excessivo, roupas apertadas, estresse e álcool.
Impacto na vida de quem convive com a UCE
Apesar de não ser uma condição grave do ponto de vista médico, a UCE pode gerar sofrimento emocional e físico significativo. A coceira constante, a aparência das lesões e o impacto no sono podem causar:
- Ansiedade
- Irritabilidade
- Baixa autoestima
- Isolamento social
- Prejuízos no trabalho e nos estudos
Quando procurar ajuda médica?
Se você tem vergões que aparecem e somem, coceira constante e os sintomas duram mais de seis semanas, procure um dermatologista ou alergista. Quanto antes o diagnóstico for feito, melhor será o controle da doença.
Conclusão
A urticária crônica espontânea é uma condição inflamatória da pele que vai além do incômodo estético. Ela pode impactar a saúde física e mental, mas tem tratamento e é possível controlar as crises e viver com qualidade.
Sentiu que os vergões e a coceira não estão passando? Não ignore. Agende uma consulta e descubra se você pode estar convivendo com a UCE.
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