O câncer urotelial se forma no revestimento do trato urinário, afetando principalmente a bexiga, mas também podendo atingir os ureteres e a pelve renal. Nos estágios mais avançados, o tumor invade tecidos próximos ou até se espalha para outros órgãos. Quando isso acontece, os médicos classificam a doença como câncer urotelial localmente avançado ou metastático.
Neste artigo, você vai entender o que caracteriza essa condição, conhecer os principais fatores de risco, saber como os profissionais diagnosticam a doença e quais são as opções de tratamento disponíveis atualmente. Além disso, vamos mostrar como a pesquisa clínica contribui para o avanço da medicina e para o desenvolvimento de novas terapias que oferecem mais possibilidades aos pacientes.
O que é o câncer urotelial?
O câncer urotelial causa cerca de 90% dos tumores de bexiga. Esse tipo de câncer se origina nas células uroteliais, que revestem o interior da bexiga e outras partes do trato urinário. Portanto, nos estágios iniciais, a doença permanece restrita à camada superficial da bexiga, mas, em alguns casos, evolui para formas mais agressivas.
Quando o tumor invade a musculatura da bexiga ou atinge órgãos próximos, os médicos o classificam como localmente avançado. Dessa forma, se ele se espalha para outras regiões do corpo, como pulmões, fígado ou ossos, a classificação passa a ser metastático.
Fatores de risco
Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer urotelial. Entre os principais, destacam-se, por exemplo:
- Tabagismo: é o fator de risco mais significativo. Estima-se que cerca de 50% dos casos estejam relacionados ao consumo de cigarro.
- Exposição a substâncias químicas: profissionais que trabalham com derivados do petróleo, tintas, borracha e indústria têxtil podem estar mais expostos.
- Histórico de infecções urinárias recorrentes ou uso prolongado de cateter vesical.
- Idade e sexo: a maioria dos casos ocorre em homens acima dos 60 anos.
- Histórico familiar: pessoas com parentes próximos que tiveram câncer de bexiga ou urotelial têm risco aumentado.
Sinais e sintomas
Nos estágios iniciais, o câncer urotelial pode ser silencioso. Porém, à medida que a doença avança, alguns sintomas se tornam mais evidentes. Assim, os principais sinais incluem:
- Presença de sangue na urina (hematúria), muitas vezes visível a olho nu;
- Dor ou ardência ao urinar;
- Aumento da frequência urinária ou urgência para urinar;
- Dor na região lombar, especialmente quando há comprometimento dos rins;
- Perda de peso inexplicada e fadiga, em estágios mais avançados.
Ao notar qualquer um desses sintomas, é fundamental buscar orientação médica para investigação.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do câncer urotelial envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Entre os principais, destacam-se:
- Exame de urina: para identificar presença de sangue ou células tumorais.
- Cistoscopia: exame em que uma câmera é inserida na bexiga para observar o interior do órgão.
- Biópsia: retirada de uma amostra do tecido para análise laboratorial.
- Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): ajudam a avaliar a extensão da doença e a presença de metástases.
Tratamentos disponíveis
O tratamento do câncer urotelial localmente avançado ou metastático depende de diversos fatores, como o estado geral de saúde do paciente, a extensão da doença e a resposta ao tratamento inicial. Dessa forma, as principais abordagens incluem:
1. Quimioterapia sistêmica
É o tratamento padrão para pacientes com doença avançada. O regime mais utilizado é a combinação de cisplatina com outros medicamentos. No entanto, nem todos os pacientes são elegíveis para esse tipo de quimioterapia, especialmente aqueles com função renal comprometida.
2. Imunoterapia
Nos últimos anos, a imunoterapia vem ganhando destaque no tratamento do câncer urotelial. Medicamentos como os inibidores de checkpoint imunológico (ex: atezolizumabe e avelumabe) têm mostrado bons resultados, especialmente em pacientes que não respondem à quimioterapia.
3. Terapias-alvo
Alguns pacientes apresentam alterações genéticas específicas que podem ser tratadas com medicamentos direcionados. Assim um exemplo é o uso de erdafitinibe, indicado para tumores com mutações no gene FGFR.
4. Cuidados paliativos
Nos casos em que não há mais possibilidade de cura, o foco do tratamento passa a ser a qualidade de vida, controle da dor e outros sintomas, sempre respeitando os desejos do paciente.
Dessa forma, o câncer urotelial localmente avançado ou metastático é uma condição desafiadora, mas os avanços na medicina têm ampliado as opções de tratamento e melhorado a sobrevida dos pacientes. Diagnóstico precoce, acesso ao tratamento adequado e a possibilidade de participação em pesquisas clínicas são aspectos fundamentais para enfrentar a doença.
Se você ou alguém próximo está passando por essa condição, converse com seu médico sobre as opções disponíveis. Portanto, e lembre-se: a informação é uma aliada poderosa na luta contra o câncer.
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