A dermatite atópica (DA), também chamada de eczema atópico, afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Essa doença inflamatória crônica da pele provoca coceira intensa, vermelhidão, descamação e lesões visíveis, sintomas que podem debilitar a saúde física e prejudicar a qualidade de vida, incluindo sono, autoestima e bem-estar emocional.
Nos últimos anos, a ciência entendeu melhor a doença, mas ainda não encontrou uma cura definitiva. Nesse cenário, os estudos clínicos desempenham um papel essencial, permitindo que os pesquisadores desenvolvam e avaliem novas terapias capazes de transformar a vida de quem convive com a dermatite atópica.
A dimensão da Dermatite Atópica no mundo e no Brasil
Um estudo publicado no Journal of Investigative Dermatology (2023) estimou que 129 milhões de pessoas no mundo tinham dermatite atópica em 2021. A prevalência global varia entre países, mas o impacto atinge todas as idades:
- Crianças e adolescentes: cerca de 11,1%;
- Adultos: aproximadamente 6,3%.
Além disso, a doença gera uma carga significativa medida em DALYs (anos de vida ajustados por incapacidade), refletindo não só os sintomas físicos, mas também o impacto psicológico, social e econômico.
No Brasil, os números também impressionam:
- Crianças: prevalência entre 15% e 20%;
- Adultos: entre 2% e 7%.
O Ministério da Saúde reforça políticas públicas para ampliar o cuidado dos pacientes. Em 2025, incorporou três novos medicamentos no tratamento pelo SUS:
- Tacrolimo (uso tópico)
- Furoato de mometasona (uso tópico)
- Metotrexato (via oral)
Essas opções fazem parte do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) atualizado recentemente e refletem o esforço do governo para ampliar o acesso a terapias eficazes.
Mesmo assim, muitos pacientes com casos moderados a graves não respondem adequadamente aos tratamentos disponíveis, reforçando a importância da pesquisa clínica.
O que são estudos clínicos?
Os estudos clínicos são pesquisas com voluntários humanos que avaliam a segurança e eficácia de novos medicamentos, terapias ou procedimentos. Eles seguem protocolos rigorosos aprovados por comitês de ética e agências regulatórias, como a ANVISA no Brasil e a FDA nos EUA.
Na dermatite atópica, os estudos clínicos permitiram o desenvolvimento de medicamentos biológicos e imunomoduladores, que podem aliviar os sintomas de pacientes que não respondem a corticoides tópicos ou imunossupressores orais.
Por que participar de um estudo clínico em Dermatite Atópica?
Participar de um estudo clínico é uma decisão voluntária, mas oferece benefícios claros:
- Acesso a tratamentos inovadores antes de chegarem ao mercado;
- Acompanhamento médico especializado durante todo o estudo, sem custo;
- Contribuição direta para a ciência e para outras pessoas que vivem com a mesma condição.
Antes de ingressar, a equipe médica avalia detalhadamente cada paciente para garantir que atenda aos critérios de elegibilidade, assegurando segurança e adequação ao estudo.
O impacto da Dermatite Atópica na qualidade de vida
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que condições crônicas de pele, como a dermatite atópica, não devem ser subestimadas. Mesmo sem risco imediato de vida, a doença provoca sofrimento psicológico, isolamento social e sintomas de ansiedade e depressão.
No Brasil, o Ministério da Saúde registrou mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais entre 2024 e 2025 relacionados à dermatite atópica no SUS, evidenciando a demanda por cuidados e a necessidade de novas opções terapêuticas.
Estudos também mostram que pacientes podem ter sua produtividade escolar e profissional prejudicada, devido a noites mal dormidas, cansaço e desconforto físico.
Como saber se posso participar de um estudo clínico?
Nem todos os pacientes podem participar, pois cada pesquisa define critérios específicos. Por isso, a equipe médica realiza uma avaliação detalhada antes de aprovar a participação, garantindo segurança e compatibilidade com o protocolo.
Conclusão
A dermatite atópica é comum, mas ainda pouco conhecida pela população. Seus impactos ultrapassam a pele, afetando qualidade de vida, bem-estar emocional e rotina diária.
No Brasil, o Ministério da Saúde avança ao incorporar novos medicamentos ao SUS e atualizar protocolos clínicos, mas ainda há desafios a superar.
Os estudos clínicos oferecem esperança: eles abrem portas para novas opções de tratamento e contribuem para o avanço da ciência e da medicina.
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